quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Guias vai ensinar médicos do país a dar más notícias

médico e pacienteNotícias difíceis na área da saúde são o tema de um livro preparado pelo Inca (Instituto Nacional de Câncer) e o Hospital Albert Einstein.
A publicação é fruto de um programa para melhorar a transmissão de informações sobre diagnósticos, recidivas (reaparecimento da doença), efeitos colaterais ou esgotamento de opções terapêuticas. Deve ser distribuído na rede do Sistema Único de Saúde a partir de novembro.
A coordenadora da política de humanização no Inca, Priscila Magalhães, diz que, apesar de fazerem parte da rotina, más notícias causam sofrimento a médicos, enfermeiros e outros profissionais.
Sem saber como lidar com os próprios sentimentos, eles passam as informações de forma inadequada.
"O tema é pouco abordado em faculdades. Na medicina, em geral aparece apenas nas cadeiras de psicologia médica", diz Magalhães. Segundo ela, quando começam a trabalhar, "muitos não sabem lidar com essas limitações e as encaram como fracasso pessoal".
As consequências desse despreparo atingem tanto os pacientes quanto os profissionais, que não raro desenvolvem problemas psicológicos, segundo Magalhães.Imagem da Editoria de Arte/Folhapress

DEPRESSÃO

Estudo de 2009 feito pela divisão de saúde do trabalhador do Inca mostrou que, dos 159 trabalhadores do hospital em licença, 32% tinham histórico de transtornos mentais ou de comportamento, como depressão.
Para minimizar o problema, o instituto criou uma oficina de qualificação. No ano passado, foram treinados 120 alunos de hospitais federais e universitários.
É a experiência dessa primeira turma que o livro relata. Até o fim do ano, serão mais três turmas, num total de 600 pessoas.
O projeto, financiado pelo Einstein, foi viabilizado por portaria que permite a hospitais de excelência destinar a contribuição social que deveria ser recolhida ao governo a projetos para o SUS.
A oficina começa em um consultório fictício no qual um médico é escolhido para dar uma notícia. Atores representam o paciente e parentes. A cena é seguida pelos demais alunos através de um vidro espelhado. Depois, o grupo discute a forma como a conversa foi conduzida.
Nas semanas seguintes, há a discussão de casos vivenciados. A equipe é apresentada ao protocolo Spikes.
A cirurgiã Patrícia Patury, do setor de ginecologia oncológica do Inca, disse que o curso mudou a forma como ela conversa com os pacientes antes de uma operação.
"Aprendi a dosar as informações sobre riscos e benefícios", diz ela, que enfrentou problemas por não ter apresentado os perigos de uma biópsia a uma paciente que surgiu com lesão na vagina.
"Ela já tinha tratado câncer de colo de útero e a lesão podia ser indicativo de novo tumor. Expliquei que era preciso fazer biópsia. No procedimento, a bexiga dela se abriu numa fístula, que fez com que a urina ficasse vazando", conta.
A paciente, revoltada, chamou o marido, que ameaçou a equipe. "Eu tinha que ter deixado claro para ela a possibilidade de isso acontecer, apesar de ser raro."
Fonte: Folha.com
Por: Denise Menchen
Nota publicada em Psicologado News

Relações não duram porque a maioria não enxerga o outro como ele é, diz psicólogo.

O psicólogo Jorge Bucay esteve no Brasil para lançar livro escrito com a colega Silvia Salinas (Amar de Olhos Abertos, Editora Sextante) e deu uma entrevista para a Folha sobre o tema de seu livro, relacionamentos. 
confira abaixo:
Folha - O que significa amar de olhos abertos?

Jorge Bucay - Gosto de uma definição que diz que o amor é a simples alegria pela existência do outro. Não é possessão, nem felicidade necessariamente. E por isso "com os olhos abertos". O amor cego não aceita o outro verdadeiramente como ele é.

Por que tanta gente prefere a intensidade da paixão, mesmo sabendo que é efêmera, a construir algo mais sólido?

É maravilhoso estar apaixonado e muitos preferem a intensidade superficial à profundidade eterna. Mas me pergunto como as pessoas pensam em ficar somente nisso. Qual o sentido de estar apaixonado perdidamente o tempo todo? Penso que é uma questão de maturidade.

Também tem a ver com a nossa sociedade, que adora emoções intensas. Procuramos correr mais rápido, chegar antes, desfrutar intensamente. A paixão é como uma droga: no seu momento fugaz faz pensar que você é feliz e não precisa de mais nada. Um olhar, uma palavra te levam aos melhores lugares.

Como construir uma relação mais profunda?

Seria bom estar preparado para saber que a paixão acaba. Amadurecer significa também desfrutar das coisas que o amor dá, como compartilhar o silêncio e não um beijo, saber que a pessoa está ali, ainda que não esteja ao meu lado. É preciso abrir os olhos, e isso é uma decisão. Ver o par na sua essência.

Mas primeiro é preciso estar bem consigo mesmo. Não se deve procurar o sentido da própria vida no companheiro ou nos filhos.

Você deve responder a três perguntas básicas nesta ordem: quem sou, aonde vou e com quem. É preciso que eu me conheça antes de te conhecer e que decida meu caminho antes de compartilhá-lo. Senão, é o outro quem vai dizer quem eu sou. E isso é uma carga muito grande.

O livro diz que as relações duram o que têm que durar, sejam semanas, seja uma vida.

Duram enquanto permitem que ambos cresçam. Significa conhecer-se, gostar de si mesmo, conhecer seus recursos e desenvolvê-los. Ao lado da pessoa amada, está a melhor oportunidade para isso. E essa é uma condição para construir um relacionamento. Um casal que não cresce, envelhece. E um casal que envelhece, morre.

O que leva ao fracasso?

Um dos grandes motivos de fracasso é não trocar intensidade por profundidade, viver querendo voltar aos tempos da paixão. Outro ponto de conflito é que as pessoas não conseguem deixar o papel que desempenhavam antes de casar, querem continuar sendo o "filhinho da mamãe", ou o "caçulinha da casa". Outro problema é a intolerância, a incapacidade de aceitar as diferenças, as pessoas discutem pelo dinheiro, pela criação dos filhos e, por fim, morrem sufocadas pela rotina.

E como enfrentar esses problemas ou desafios?

É preciso amor, atração e confiança. Comparo esses pilares a uma mesa de três pés. O tampo da mesa seria um projeto comum firme. Se faltar qualquer um desses elementos, a mesa cai. E sobre tudo isso deve-se montar outras coisas, como a capacidade de trabalhar juntos, de rir das mesmas coisas, de ser sexualmente compatíveis, sentir o outro como um apoio nos momentos difíceis. Às vezes a terapia ajuda, às vezes é um bom passaporte para a separação.

Como saber quando a relação chegou ao fim?

Se sinto que estou sempre no mesmo lugar, que me entedio, que não tenho vontade de estar com o outro, se sempre que saímos precisamos sair com outros casais pois não ficamos bem sozinhos, quando piadas como "o idiota do meu marido" ou a "bruxa da minha mulher" se tornam frequentes, algo não está funcionado.
Fonte: Folha
Divulgado por Psicologado News
Por: Gabriela Cupani

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Cursos online de Psicolgia

Cursos divulgados através do site psicologado.com


Lista de cursos online para você ampliar seus conhecimentos:

Curso Online de Transtorno Obsessivo Compulsivo
Curso de 60 horas com o objetivo de discutir o papel do psicólogo na identificação das características apresentadas pelo portador de TOC, auxiliando o seu diagnóstico, bem como sua atuação frente aos pacientes para controle e tratamento dos portadores desse transtorno.
http://www.portaleducacao.com.br/psicologia/cursos/202/curso-de-transtorno-obsessivo-compulsivo/afiliado/2632


Curso Online de Psicopatologia da Infância e Adolescência
Curso de 60 horas com o objetivo de favorecer a compreensão crítica dos processos, da psicodinâmica e principais sintomas e comportamentos envolvidos nos transtornos de personalidade.
http://www.portaleducacao.com.br/psicologia/cursos/300/curso-de-psicopatologia-da-infancia-e-adolescencia/afiliado/2632


Curso Online de Psicologia Hospitalar
Curso de 100 horas com o objetivo de ampliar a visão do papel do psicólogo no âmbito hospitalar, esclarecendo sobre os problemas enfrentados e possíveis atuações do psicólogo dentro do hospital.
http://www.portaleducacao.com.br/psicologia/cursos/220/curso-de-psicologia-hospitalar/afiliado/2632


Curso Online de Psicologia Clínica
Curso de 80 horas com o objetivo de conhecer a Psicologia, sua história e pensamentos centrais; Implementar o conhecimento acerca da Psicologia Clínica, suas principais abordagens teóricas e formas de intervenção.
http://www.portaleducacao.com.br/psicologia/cursos/167/curso-de-psicologia-clinica/afiliado/2632


Curso Online de Psicodiagnóstico
Curso de 100 horas com o objetivo de possibilitar ao aluno a compreensão etapas e técnicas do processo Psicodiagnóstico de crianças, adolescentes e adultos. Além do planejamento de bateria de testes.
http://www.portaleducacao.com.br/psicologia/cursos/314/curso-de-psicodiagnostico/afiliado/2632


Curso Online de Dinâmicas de Grupo
Curso de 60 horas com o objetivo de oferecer subsídios para coordenar atividades grupais por meio de aplicação de dinâmicas de grupo a serem utilizadas na área organizacional, educacional e comunitária.
http://www.portaleducacao.com.br/psicologia/cursos/404/curso-de-dinamicas-de-grupo/afiliado/2632


Curso Online de Distúrbios de Aprendizagem

Curso de 60 horas com o objetivo de conceituar as teorias das dificuldades de aprendizagem e sintetizar dificuldades de Aprendizagem e memória, suscitando intervenções da família e da escola.
http://www.portaleducacao.com.br/pedagogia/cursos/64/curso-de-disturbios-de-aprendizagem/afiliado/2632
Dentre as vantagens dos cursos Online, podemos destacar:

1. Flexibilidade de horário: você estuda no momento em que lhe for mais apropriado.
2. Flexibilidade de lugar: você estuda no lugar em que julgar mais conveniente.
3. Flexibilidade de ritmo: você evolui de acordo com o seu ritmo, de acordo com sua velocidade de aprendizagem.
4. Acompanhamento individual: o tutor lhe orientará de acordo com suas necessidades.
5. Certificado como reconhecimento aos aprovados

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Vitória da luta antimanicomial em processo judicial

O ex-conselheiro e ex-presidente do Conselho Federal de Psicologia, Marcus Vinícius de Oliveira obteve ganho de causa no processo movido pela Federação Brasileira de Hospitais (FBH) no qual era acusado de estar “sistematicamente difamando e caluniando os hospitais psiquiátricos brasileiros, seus dirigentes e demais profissionais, através de publicações oficiais do Conselho Federal de Psicologia, artigos publicados em revistas e em entrevistas atribuindo a todos, entre outras mazelas que o hospital psiquiátrico é uma instituição sinistra onde ocorreriam torturas e assassinatos”.
O processo, que tramitava desde 2002, foi iniciado pouco após a publicação do livro “A Instituição Sinistra” organizado por Oliveira que, à época, era vice-presidente do CFP.
Oliveira afirma que esta foi uma vitória importante sobre a tentativa de impedir a liberdade de expressão da militância antimanicomial. “Entendo que essa vitória é de toda a militância antimanicomial que teve assim reafirmado o horizonte ético que nos motiva”, disse.
Para o CFP essa é uma conquista importante no contexto atual de criminalização dos movimentos sociais em que as disputas são levadas à justiça com intuito de calar as vozes que questionam práticas da nossa sociedade.
por: POL
Veja aqui a decisão

30 anos da morte do professor suiço Jean Piaget

  Jean PiagetFormado em Biologia, mas interessado no estudo da inteligência e do pensamento, ele se especializou em psicologia infantil durante mais de 50 anos de pesquisas que lhe deram renome mundial e inúmeros discípulos, inclusive no Brasil, onde muitas escolas ainda seguem sua orientação. Segundo ele, uma criança não pode ser forçada, pela escola ou família, a desenvolver sua compreensão mais depressa do que permite sua evolução natural.
"A nossa cultura acaba de perder um dos maiores gênios do século XX", lamentou a professora da Universidade de São Paulo, Zélia Ramozzi, estudiosa da obra de Piaget."Perder Piaget é perder o líder interdisciplinar que procura, na Psicologia do Desenvolvimento da inteligência infantil, um método seguro para encontrar o misterioso vínculo que reúne a vida orgânica e a inteligência", declarou a professora da Universidade Estadual de Campinas, Amélia Domingues de Castro.

A teoria desenvolvida por Jean Piaget defende a descoberta do mundo pela própria criança. Numa das muitas entrevistas que deu durante seus anos de trabalho, Piaget declarou ao Estado que "o objetivo da Educação não é aumentar a quantidade de conhecimento, mas criar possibilidades para a criança inventar e descobrir. É de criar pessoas capazes de fazer coisas novas".

Piaget nasceu em 9 de agosto de 1896, em Neuchâtel, Suíça, em cuja universidade estudou Biologia especializando-se em Zoologia. Em 1921 Piaget foi nomeado diretor do Instituto de Estudos de Genebra, e mais tarde foi catedrático das universidades de Lausanne e Paris. Pouco a pouco foi se interessando primeiro pela Epistemologia e pela Lógica e, finalmente, pela Psicologia, terreno em que, segundo muitos, teria exercido uma influência semelhante à de Freud.

Muito simples, chegou uma vez a ser barrado pelo porteiro do prédio da ONU, que exigiu passaporte diplomático daquele senhor que chegava de bicicleta para fazer uma conferência para um auditório lotado.Doutor honorário de mais de 30 universidades, Piaget escreveu mais de 40 livros e um grande número de artigos.Entre suas obras mais conhecidas estão A linguagem e o pensamento da criança, A representação do mundo na criança, O nascimento da inteligência da criança, Memória e inteligência e Epistemologia genética.

por: Kleyson Matos
Fonte: Estadão

Como comprovar o analfabetismo funcional?

escrevendoPesquisadores do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (HC/USP) estão testando um método cognitivo criado na Universidade Harvard, nos Estados Unidos, para avaliar o analfabetismo funcional de pacientes, principalmente idosos. O analfabeto funcional (apesar de saber ler e escrever) tem problemas na compreensão de textos e na capacidade de inferir informações. Ele não consegue, por exemplo, entender um extrato bancário ou uma receita médica.
O problema é muito comum entre idosos, não necessariamente apenas pela baixa escolaridade, mas também porque doenças típicas do envelhecimento, como Alzheimer e outras demências, afetam as habilidades cognitivas.Nessa avaliação, pesquisadores brasileiros aplicaram o teste americano conhecido como Tofhla (do inglês Test of functional health literacy in adults) em 198 mulheres e 114 homens saudáveis, entre 19 e 81 anos, com níveis variados de escolaridade: de 1 a 12 anos de estudo (a maioria tinha entre 4 e 7 anos).
Antes da aplicação, os voluntários precisavam ler instruções para se preparar para um exame radiológico do estômago. O analfabetismo funcional foi detectado em 32% do grupo. Acima dos 65 anos, 50% dos participantes não conseguiram entender as informações, algumas compostas por números, e calcular corretamente os horários da medicação, por exemplo. O próximo passo do estudo é analisar se o hábito da leitura influencia os resultados do teste.

por: Kleyson Matos

Fonte: Revista Mente e Cérebro

Mito ou verdade: eventos do dia podem ser incorporados ao sonho?

alt


No universo das pesquisas sobre o sono, os sonhos são quase uma caixa-preta. Mas uma coisa que os cientistas já discerniram é o padrão peculiar, mas previsível, no qual os sonhos tendem a ocorrer. Uma pesquisa sugere que grande parte do que acontece em um sonho é único daquele sonho. Porém, alguns eventos do dia da pessoa podem ser incorporados aos sonhos em dois estágios.

Primeiro, há o estágio “resíduo do dia”, no qual eventos emocionais podem entrar nos sonhos da pessoa naquela noite. Mas isso é seguido pelo ainda mais misterioso efeito “atraso do sonho”, no qual esses eventos desaparecem do cenário onírico – muitas vezes para serem incorporados aproximadamente uma semana depois. Este atraso é documentado em estudos desde a década de 1980.
Um estudo de 2004 publicado no “The Journal of Sleep Research” começou desvendar esse ciclo. Pesquisadores revisaram os diários de 470 pessoas que registraram seus sonhos ao longo de uma semana. O efeito do atraso do sonho foi mais forte em pessoas que viam seus sonhos como uma oportunidade de autoentendimento; seus sonhos muitas vezes envolviam a resolução de problemas ou emoções ligadas a relacionamentos.
Os pesquisadores especularam que os sonhos atrasados eram uma forma de a mente trabalhar dificuldades interpessoais e até “reformular” memórias negativas, transformando-as em mais positivas. Outros estudos também mostraram uma relação entre os sonhos e este tipo de processamento de memória emocional.
Conclusão: o ciclo do sonho pode ser muito mais longo do que apenas uma noite

por: Anahad O'Connor

Transtornos mentais são a terceira causa de afastamento do trabalho

por: G1 - Jornal Hoje

Transtorno mentalDepressão, ansiedade e stress ocupam o terceiro lugar na lista das doenças que mais afastam o trabalhador do emprego por mais de quinze dias. A maioria das pessoas nem percebe que está doente.
Imagine uma ponte. Se ela receber mais peso do que consegue suportar pode ceder. Com a gente acontece o mesmo. Às vezes, o peso é tanto, que fica difícil aguentar.
Uma profissional financeira demorou até entender que precisava de ajuda médica.
O doutor brincava que eu estava com o meu carro atolado, que eu tinha que desatolar o carro para continuar andando”, conta.

Cinco milhões de brasileiros tem problemas de saúde mental graves. Boa parte nem sabe disso. “Ela vai fazer em torno de sete consultas, antes de ser diagnosticado um quadro mental”, afirma Kalil Duailib, Associação Brasileira de Psiquiatria.
Os transtornos mentais são o terceiro motivo de afastamento do trabalho por mais de 15 dias. Segundo uma psicóloga, a maior parte dos transtornos mentais são causados por:
- violência como medo de assalto, insegurança.
- problemas no trabalho provocados por sobrecarga
- preocupação com família como saúde de pessoas próximas ou com filhos
- e problemas financeiros como pagamento de contas e dívidas.
O corpo dá sinais de alerta:
- dores sem causa específica
- sensação de formigamento pelo corpo
- aperto no peito
- sensação contínua de mal estar
- perda de vontade de fazer coisas rotineiras
O emocional também muda.
Primeiro lugar depressão, depois apatia, transtorno bi-polar e agressividade”, afirma Ana Cristina Limongi França, professora de psicologia.
Uma central de atendimento só com psicóloga para atender funcionários. Quem está do outro lado da linha pode desabafar, falar dos problemas que tem em casa, no trabalho. 86 empresas de todo o Brasil contrataram esse serviço na tentativa de evitar afastamento por transtornos mentais.
A ideia é, preventivamente, ouvir essas pessoas, ajudá-las a identificar o problema para que seja resolvido mais rapidamente”, explica Liliana Scheliga, diretora clínica da empresa.
A funcionária deprimida passou por um tratamento. Sabe que vai demorar para voltar ao normal, mas já sabe o caminho. “Eu sei que é uma coisa lenta. Primeiro a gente desatola o carro e você vai pegando tua velocidade de novo”, afirma.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Inserção do idoso no mercado de trabalho: uma inclusão social.

                                                                                                              
Resumo
O presente artigo pretende discutir a inserção do idoso no mercado de trabalho, apontando a autonomia do sujeito como prioridade dentro das vertentes de trabalho formal, informal e voluntário, prestados com satisfação e dignidade. Defende o uso da experiência adquirida como multiplicador de conhecimento. Enfocando em tal explanação o estatuto do idoso, que apesar de recente é uma das bases que sustentam a luta por sua inclusão social.
Na evolução do estudo foi percebida a evolução da comunidade em consonância com o fortalecimento e manutenção da cultura.

Palavras-chave: Idoso, mercado de trabalho, autonomia.

O atual envelhecimento global é um processo sem precedentes, previsível e perfeitamente viável: não é nenhuma crise. Os políticos agem como se essa importante alteração demográfica, com suas enormes implicações econômicas e sociais, pudesse ser colocada á margem nos debates do bem estar social.
TERCEIRA IDADE E DESENVOLVIMENTO, 199, P.1

            Trabalhar a conceituação de idoso nos remete essencialmente a duas diferenciações basilares: velhice e envelhecimento, processo que se inicia ao nascimento, fenômeno inflexível que apresenta características diferenciadas de acordo com a cultura, com o tempo e o espaço; já a velhice é a última fase do ciclo vital do ser. Segundo a Organização das Nações Unidas – ONU considera-se idoso, nos países desenvolvidos, pessoa com idade de 65 anos e para os países em desenvolvimento 60 anos, apreciando ainda dimensões biológica, cronológica, psicológica, existencial, cultural, econômica, política, social, entre outras para se definir a categoria.
            O “ser idoso” deveria significar a continuação da luta por direitos civis, a função mantenedora de guardião do passado, mas nesta sociedade moderna capitalista o idoso apresenta um maior referencial biográfico que biológico. Ao jovem é a promessa de ingresso no mercado de trabalho e realizações futuras, em contraposição, ao idoso é destinada sua retirada através da aposentadoria e aguardo de sua morte, apresentando de forma gritante a percepção preconceituosa da velhice que ainda pode ser vista como declínio e improdutividade.
            O idoso pode contribuir com suas experiências diversificadas e adquiridas em anos de vivência e de trabalho. Indivíduos saudáveis na dita terceira idade ainda podem exercer atividades profissionais, por apresentarem capacidade física e intelectual e por possuírem conhecimentos e experiências acumuladas.
            O mercado de trabalho, entretanto, mostra-se preconceituoso, receoso, limitando a ocupação de determinados cargos obrigando o idoso a conviver com o problema de recolocação e inserção no mercado que valoriza o jovem e discrimina o “velho”, ao considerá-lo como um trabalhador que já se tornou improdutivo e obsoleto, coagindo muitos destes sujeitos aposentados ou apenas desempregados a esquadrinhar formas alternativas de complementação de renda objetivando a garantia de recursos como planos de saúde, medicação, garantias de sobrevivência e, em casos outros, até mesmo o sustento de sua família até a criação dos netos, ressaltando que o benefício aposentadoria auferida não contempla, na maioria dos casos, a conservação do padrão mínimo de sobrevivência, porém, na ótica econômica esses indivíduos são admitidos como contributivos, sendo, numa esfera social, colaboradores na realização de trabalhos indiretos, participando desta feita do contexto social.
            A partir destes novos horizontes de ambiente laboral e constituição de renda um novo olhar começa a dominar o consciente coletivo que, a partir da implementação do Estatuto do Idoso e da divulgação dos direitos e benefícios amparados por ele, uma nova forma de tratamento se inaugurou e, a cada dia, vai ganhando espaço na prática do que se concernem à velhice, deixando por derradeiro a significação de idoso como representação de dependência, saúde frágil e ociosidade.
            Vários segmentos profissionais e ambientes voltados para o amparo do idoso têm-se preocupado em adaptar as condições de trabalho de forma a atender as especificidades desta fase da vida, uma vez que, segundo dados estatísticos “o envelhecimento da população está se acentuando: em 2000, o grupo de 0 a 14 anos representava 30% da população brasileira, enquanto os maiores de 65 anos eram apenas 5%; em 2050, os dois grupos se igualarão em 18 %. E mais, pela Revisão em 2004 da projeção de população do IBGE – Instituto Brasileiro de geografia e estatística, em 2062. O número de brasileiros vai parar de aumentar” –, Projeção da população no Brasil IBGE 30/08/04; e a quantidade de anos vividos está em constante ascensão, relacionando-se a este interesse pela melhoria de serviço que proporcione qualidade de vida, novos costume e hábitos, como por exemplo, exercícios físicos, atividades de lazer, cursos, novas funções dentro da família.
Acompanhando esta nova tendência social, o “velho” está deixando de ser visto sob uma aparência negativa para ser abarcado sob um olhar de resgate da cidadania, da autonomia enquanto sujeito, tornando arcaica, cada vez mais, a ideia de inutilidade preconcebida.
A modalidade formal de trabalho, disciplinada pela CLT – Consolidação das Leis do Trabalho impõe exigências para o empregador, o que dificulta o acesso dos trabalhadores, principalmente idosos, e acaba, com tais exigências, colaborando para a promoção da exclusão do trabalho do idoso. Em contra partida, outros segmentos laborais proporcionam tal inserção de maneira menos agressiva à sociedade e ao trabalhador idoso.
A significação de Trabalho abrange a aplicação das forças e faculdades humanas para alcançar determinado fim, atividade física ou intelectual, necessária a qualquer tarefa, serviço ou empreendimento; exercício dessa atividade como ocupação permanente, ofício, profissão. 
Vale dizer que há diferença entre trabalho e emprego. Enquanto o primeiro envolve a atividade executada em si, o segundo refere-se ao cargo ou ocupação de um indivíduo numa empresa ou órgão público.
“No mundo industrial falta o vínculo entre o trabalho e o resto da vida, assim muitas vezes se separa totalmente o trabalho do prazer, da renovação, do preenchimento e da satisfação.”
 (ALBORNOZ, 2004, p. 9)

           As atividades ditas “informais”, ou seja, aquelas caracterizadas pela ausência de contrato formal de trabalho e intermitência de renda são indicadores positivamente correlacionados com a “terceira idade”, uma vez que esta alternativa supriu a falta de fonte de renda estável. (RIBEIRO SOARES, 2003, p. 55)
            Na probabilidade de retorno, não financeiro e sim de autonomia, ressaltamos como vertente o trabalho voluntário que se origina da atividade desempenhada sem recebimento de qualquer contraprestação que importe em remuneração ou auferimento de lucro. E graças a este segmento que muitas ações da sociedade organizada têm suprido o fraco investimento ou a falta de investimento governamental em saúde, educação, lazer, entre outros.[1]
            Dentro de um contexto familiar, os considerados idosos, homens e mulheres acima de 60 anos, estão procurando uma forma de se distrair, sendo ela aguçando a própria vaidade como também exercendo atividades funcionais, como cuidar dos netos – crianças e ou adolescentes, outros idosos doentes, prestando serviços de banco para familiares, com o intuito de resgatar um orgulho de si ou até mesmo gratificação remunerada pelos serviços prestados. Foi uma forma que encontraram de mostrar que são capazes.
            O trabalho em sua totalidade, independente de aclive formal, informal, voluntária ou familiar, para o idoso, é uma alternativa para a conservação e até mesmo sustentação da autonomia do ser produtivo, da independência e dignidade. A auto satisfação consiste em lhe oferecer possibilidades de buscar as oportunidades que lhe permita desenvolver seu potencial próprio, bem como acesso às instituições da sociedade que tratem de matérias culturais, educacional, espiritual e recreativo. E para que possa viver com dignidade, é necessário garantir-lhe uma vida segura, livre de exploração e abusos, um tratamento justo e igualitário, respeitando seus limites.
            O Estatuto do Idoso aponta que pessoas com mais de 60 anos tem o direito ao exercício de atividades profissionais respeitando a condição física, intelectual e psíquica destes sujeitos e, pela mesma lei se define que é vedada a discriminação e a fixação de limite máximo de idade, salvo casos em que a natureza do cargo exigir, ou seja, grande concentração de esforço físico. O Estatuto prevê ainda que o Poder Público deva criar programas de profissionalização especializada. Tudo isso existe na lei, mas não está sendo aplicado na prática.[2]
   O idoso precisa ser respeitado como cidadão, como ente social. O envelhecimento não pode ser visto como etapa inferior da vida.
            O envelhecimento da população é inevitável e deverá ser devidamente absorvida pela sociedade, pois os idosos não farão mais parte de um grupo minoritário.
            As empresas ainda não se deram conta da importância do trabalho do idoso, onde a participação do idoso no mercado de trabalho é importante não só em termos de seu impacto no índice de população economicamente ativa, mas também na qualidade de vida deste trabalhador.
            Por tudo isso, deve-se evitar que todos os esforços e ações em prol dos idosos não resultem na manutenção de um segmento populacional passivo e desencantado com a vida.
            A sociedade, em conjunto com segmentos políticos e formadores de opinião, terá de reformular seus conceitos de idade e envelhecimento, e não poderão limitar-se apenas às garantias de saúde e de cuidados aos mais velhos. Cada vez mais, as pessoas idosas devem ser e sentir-se efetivamente integradas ao meio em que vivem, como partícipes e cidadãos ativos. Um dos componentes mais importantes desta nova sociedade será, sem dúvida, a atitude dos próprios idosos que, em número crescente e mais reconhecido, terão representatividade maior, ou melhor: terão a representatividade devida ao novo contexto social.
            Os idosos não devem ser tratados como inválidos, incapacitados ou mesmo como um gueto social. O conceito de velho precisa ser reavaliado. Como chamar de “velha” ou de “idosa” uma terça parte garantida da população mundial? É necessário reestruturar os setores produtivos da sociedade, proporcionando aos idosos algumas oportunidades de renda que lhes permitam uma sobrevivência digna.
            Como nos coloca Alves Júnior (2004) a sociedade deverá se auto programar em termos de equipamento social adequado – lazer, saúde, urbanização, educação, alimentação e transporte – sem a preocupação de criar desvãos ou compartimentos para os mais velhos. Na verdade, de agora em diante o grande desafio da humanidade será proporcionar aos idosos a integração social indispensável.
            Por fim, precisamos entender que o idoso deve ter a opção. Deve poder escolher entre continuar trabalhando ou parar de trabalhar. É preciso pensar no idoso enquanto sujeito ativo que se inclui de forma ajustada na sociedade em que vive.  



[1] Faça Trabalho voluntário na terceira idade. Disponível em: www.globosaude.com.br. 06/04/2010.
[2] Lei nº 10.741, de 1º de Outubro de 2003; Capítulo VI

Referências

ALBORNOZ, Suzana. O que é trabalho. São Paulo, SP: Brasiliense, 2004.

ALVES JÚNIOR, E. D. Procurando superar a modelização de um modo de envelhecer. Movimento, Porto Alegre, v. 10, n. 2, p. 57-71, maio/ago. 2004

CAMARANO, A. A., BELTRÃO, K. I, PASCOM, A. R. P., MEDEIROS, M., GOLDANI, A. M. Como vive o idoso brasileiro. In: CAMARANO, A.. A. (org.). Muito além dos 60: os novos idosos brasileiros. Rio de Janeiro: IPEA, p. 19-74, 1999.

JUNG, C. G. As etapas da vida. In: Idem. Obras Completas. Petrópolis: Vozes, 1984. v. VIII/2, cap. XVI, p. 335-353.
RIBEIRO SOARES, Laura Tavares. O Desastre Social. Rio de Janeiro, RJ: Afiliada, 2003.

Lei nº 10.741, Estatuto do Idoso. 1º de Outubro de 2003.





Psicologia do Trabalho


Partindo do princípio que a história da humanidade se baseia na história das forças produtivas, formas de associação e das relações sócias: quem faz o quê? O que é produzido? Quem fica com o retorno financeiro? Para melhor entendimento da ciência psicologia do trabalho, tomemos ciência da conceituação da palavra trabalho, no sentido popular é associada a esforço físico, porém é só o esforço físico que é considerado trabalho; na definição do dicionário Aurélio encontramos inúmeras especificações 1- aplicação das forças e faculdades mentais humanas para alcançar determinado fim, 2- atividade coordenada física e/ou intelectual necessária a realização de qualquer empreendimento, 3- exercício da atividade como ocupação, 4- ofício, remunerado ou assalariado, 5- local onde se exerce atividades.

O trabalho atualmente é visto por muitos como uma coisa necessária, como também um fardo. Susana Albornoz[1] menciona que o trabalho tem que ser visto como uma fonte de prazer, o trabalhador tem que se sentir bem trabalhando e que não ache aquilo uma obrigação irritante, se ele conseguir isso o trabalho terá algum sentido para ele.

Para tanto, o psicólogo atua como um facilitador de conscientização dos papéis diversos de grupos que compõem uma instituição, considerando a subjetividade dos sujeitos, sem perder de vista a sua inserção no contexto mais amplo da organização; conciliando produtividade com qualidade de vida.

A fim de garantir a sobrevivência empresarial, a psicologia passou a incorporar novas técnicas, técnicas comportamentais passaram a ser valorizadas, aplicando uma abordagem contingencialista ao tentar influenciar o comportamento humano através do ambiente de trabalho, dando espaço ao surgimento de estuda da satisfação.

A aplicação dos métodos e descobertas da psicologia à solução dos problemas oriundos do trabalho e esforços para resolutividade do mesmo deu início a um novo campo de estudo: a psicologia industrial, ramo que resulta a aplicação de conhecimentos de diversas ciências sociais à gestão. Tal designação aparece em muitas obras, mas a maioria dos estudiosos preferem tratar como psicologia do trabalho por ser mais abrangente, uma vês que trabalho industrial é apenas uma modalidade de trabalho, dá ênfase a fatores sociológicos e psicológicos – ambiente social do local de trabalho – esquecendo de aspectos importantes no contexto atmosfera do trabalho como níveis salarias, níveis de interesse, cultura organizacional e relações entre trabalhadores e gestores, sendo por isso demasiado restrito para nomear a ciência.

Quando a psicologia industrial passa a apresentar objetivos mais voltados para os indivíduos que na própria empresa, estudando o trabalho humano em todos os seus significados e manifestações (LIMA, 1995, P.53), com uma visão mais ampla do homem que trabalha e do trabalho do homem, ela passa a ser considerada a Psicologia do Trabalho.

A psicologia do trabalho surge, portanto, inserida na psicologia aplicada[2],registrando-se nesta área os primeiros grandes estudos. Neste contexto a Psicologia voltada para o trabalho surge atrelada aos interesses das indústrias.
Das publicações mais antigas destacam-se as obras Psicologia e eficiência industrial (Psychologie et efficience industrielle, 1913) e Fundamentos da psicotécnica (Fondements de la psychotechnique, 1914),Hugo Münsterberger.

“No passado, os psicólogos industriais tornaram muitas coisas como certas. A estrutura toda da indústria, suas tradições e superstições, têm sido aceitas quase sem perguntas e tem-se a impressão de que os seres humanos foram feitos para adaptar-se à indústria, em vez de suceder o contrário.” (BROWN, 1976. P.23)

Após Hugo Münsterberger surgiram outros autores dos quais se destacam Fritz J. Roethlisberger, William Dickson, E.E.Ghiselli e C.W.Brow, os quais aprofundaram o aspecto do estudo da personalidade dos operários e gestores e as investigações nas áreas de motivação, liderança, comunicação e relações interpessoais e sociais no interior de uma organização. Dedicando também à análise das causas e efeitos da fadiga e à utilização dos testes para a seleção dos trabalhadores.

Os problemas psicológicos do trabalho, durante um período, limitavam-se apenas aos problemas que o recrutamento e a distribuição de pessoal, ou seja, como encontrar o melhor trabalhador, como pô-lo a produzir o melhor possível; deste modo o psicólogo do trabalho passava a maior parte de tempo com a aplicação de testes específicos.

Com o alargamento do campo desta ciência o profissional da psicologia passa também a tratar da formação do trabalhador, da orientação do trabalho, da planificação das carreiras e da organização nos seus diferentes aspectos.

Este ramo destaca-se por se tratar de uma área que lida a prevenção e promoção de saúde do trabalhador no ambiente em que está inserido, abarcando, principalmente a três grandes áreas:

·         O HOMEM E SUA RELAÇÃO com o trabalho abalroando a personalidade do trabalhador, sua capacidade de aprendizagem e a origem das diferenças individuais entre os trabalhadores, seu nível de conhecimento e competência e sua motivação para o trabalho. Centra-se no componente humano.
·         ESTUDO DO AMBIENTE ONDE SE DÁ O TRABALHO e que pode fluir positiva ou negativa no comportamento do indivíduo, sua relação com os instrumentos de trabalho, como lida com decisão e risco, sua postura frente às incertezas do cumprimento de metas. Desses estudos surgem dados importantes para o estudo da ergonomia[3] e adaptação do homem ao trabalho e vice-versa.
·         ESTUDO DAS RELAÇÕES ENTRE COMPONENTES DO CONJUNTO, entre o homem e seu trabalho às tarefas que este tem de realizar em determinado momento e local. Pretende-se nesta área averiguar as relações das pausas no trabalho com os efeitos da monotonia.

Outro ponto relevante da ciência e prática do profissional da psicologia do trabalho pode ser destacado quanto aos seus objetivos emprazando:

·         RECRUTAMENTO DE PESSOAL cuja principal abordagem é manter o arquivo de pessoal atualizado, currículos em consonância com a política de pessoal aprovado pela instituição, além de recrutar candidatos que possuem requisitos para uma tarefa específica.
·         SELEÇÃO apontando entre os candidatos recrutados aquele que melhor atende o perfil para o cargo.
·         ACOMPANHAMENTO DO TRABALHADOR principalmente durante o período de experiência, onde o psicólogo do trabalho assume a função de interagir o novo trabalhador na instituição, acompanhando sua adaptação no setor e nos setores, com os gestores e colegas.
·         MAPEAMENTO trabalho que visa satisfazer as necessidades existentes, detectar as dificuldades enfrentadas pelas equipes de setores, dando um discurso às necessidades emergentes, obtendo com esta ação uma melhor qualidade de vida no trabalho e também um melhor serviço ao cliente interno e externo.
·         TREINAMENTO busca aperfeiçoar o desempenho operacional da equipe da organização.
·         DESENVOLVIMENTO DE PESSOAL intenta um melhor desenvolvimento interpessoal e profissional dos trabalhadores envolvidos. Prevendo a melhoria das relações para o desenvolvimento de equipes resultando em qualidade de vida.

Enveredando pelo Catálogo Brasileiro de Ocupações (CBO) o psicólogo do trabalho é um profissional que “exerce atividade no campo da psicologia aplicada ao trabalho, como recrutamento, seleção, orientação, aconselhamentos e treinamento profissional, realizando a identificação e análise das funções, tarefas e ocupações, organizando e aplicando testes e provas, realizando entrevistas, sondagens da aptidões e de capacidade profissional e no acompanhamento e avaliação de desempenho de pessoal, para assegurar às empresas ou por quem quer que se deem as relações laborais, a aquisição de pessoal dotado das habilidades necessárias, e ao indivíduo maior satisfação no trabalho”. (Portal do trabalho e emprego, MTE. 2010)

Nesse sentido a atuação do profissional se dá em diversas áreas a mencionar empresas, gabinete de uma organização, consultorias, órgãos públicos e até em laboratório de investigações existentes nas universidades. Sua atuação é de extrema importância tanto para os funcionários, que são alocados em ambientes propícios às suas condições e habilidades, quanto para as empresas, pela rentabilidade proporcionada por um trabalhador satisfeito, permitindo ao psicólogo aperfeiçoar melhorias das condições de vida, trabalho e saúde dos trabalhadores nos diferentes setores da economia.

Em termos de bem estar, os psicólogos podem atuar na criação de programas de qualidade de vida, na prevenção de doenças ocupacionais, na formulação de estratégias para melhoria em projetos dos diversos setores da organização, é essencial para identificar e reduzir possíveis impactos negativos na vida das pessoas, bem como para potencializar efeitos positivos.

Por fim, o psicólogo do trabalho deve propiciar condições para que os funcionários executem suas atividades, atinjam suas metas e se desenvolvam junto à organização.

[1] Albornoz, Susana. O que é trabalho. São Paulo: Brasiliense, 2004.
[2] Questionamento sobre ética e valores, a ciência e a tecnologia a serviço do bem-estar do homem.

[3] Ergonomia (ou Factores Humanos) trata da compreensão das interacções entre os seres humanos e outros elementos de um sistema, por exemplo na adequação de um posto de trabalho às características, capacidades e limitações humanas.


Fonte:

ALBORNOZ, Susana. O que é trabalho. São Paulo: Brasiliense, 2004.

Psicologia do Trabalho. Infopédia. Porto Editora, 2003 – 2010. Disponível em URL www.infopédia.pt/psicologia-do-trabalho.

Revista on-line do psicólogo. Introdução à psicologia do trabalho. Disponível em URL www.psicologado.com.

Ministério do Trabalho e Emprego, MTE. Portal do trabalho e emprego. Disponível em URL www.mtecbo.gov.br/cbosite/.


Dificuldades no diagnóstico o TDAH - Transtorno de Déficit de Atenção divide especialistas

Deficit de atenção - Editoria de Arte/FolhapressO transtorno de deficit de atenção e hiperatividade (TDAH), distúrbio que prejudica o aprendizado de crianças, tem provocado intensa polêmica no meio médico.
Segundo estimativas publicadas pela ABDA (Associação Brasileira de Deficit de Atenção), cerca de 5% dos jovens são portadores do distúrbio, mas um grupo de especialistas critica o que chama de "superdiagnóstico da doença" e as formas de lidar com os sintomas.
Convidado para um simpósio internacional sobre TDAH realizado neste mês pela Universidade Federal de São Paulo, o psicólogo Joseph Sergeant, da Universidade Vrije, Holanda, afirma que o transtorno deve ser tratado o mais rápido possível.
"Um jovem portador de TDAH que não desenvolveu todos os seus potenciais por falta de tratamento pode nunca atingir objetivos como ingressar numa universidade", afirma.
Sergeant diz que os médicos são mal preparados para detectar o transtorno. "A medicina é setorizada e o transtorno é multifatorial. Não há especialidade que domine todas as áreas envolvidas no problema."

Deficit de atenção - Editoria de Arte/Folhapress
Deficit de atenção - Editoria de Arte/Folhapress


SUPERDIAGNÓSTICOS

Para Marilene Proença, conselheira-presidente do Conselho Regional de Psicologia de São Paulo, o problema é outro. Ela diz que há uma "onda de superdiagnósticos" em curso, "feitos de forma subjetiva e sem comprovação científica".
Segundo a psicóloga, muitos dos sintomas atribuídos ao transtorno, como agitação, distração e dificuldade de planejamento, são respostas da criança ao ambiente ou até uma inadequação aos métodos de ensino da escola.

Maria Aparecida Moysés, professora de pediatria da Unicamp, engrossa o coro: "Eu não estou nem mesmo convencida de que [o TDAH] seja uma doença. Não há nenhuma comprovação neurológica disso", afirma.
Mas, para um grupo considerável de psiquiatras, não se pode duvidar da existência do distúrbio e nem mesmo desprezar seus sinais.
O psicólogo holandês Sergeant afirma que o diagnóstico correto não leva em conta só a presença dos sintomas, mas o quanto eles prejudicam a vida da pessoa.
"Há pesquisas indicando que portadores do transtorno têm tendência de se tornar alcoólatras ou se envolver com drogas e criminalidade."
Para Maria Conceição do Rosário, professora de psiquiatria da Unifesp, as posições contrárias à caracterização da doença não passam de escolhas políticas: "Existem mais de 17.000 artigos científicos publicados sobre o transtorno. Não dá pra dizer que não existe".

SUBMISSÃO QUÍMICA

Raul Gorayeb, colega de Rosário no Departamento de Psiquiatria da Unifesp, discorda dessa opinião.
"A atenção das pessoas varia conforme o interesse delas e querer transformar isso no diagnóstico de uma doença é um absurdo", afirma.
Gorayeb vê problemas na prescrição da Ritalina, remédio usado no tratamento do transtorno, que pode ter efeitos colaterais graves: "O metilfenidato [componente da Ritalina] é derivado da anfetamina, tem todos os efeitos da anfetamina".
Sergeant rebate: "A medicação não é a única forma possível de tratamento, mas em casos mais severos, é a mais recomendada".
A pediatra Maria Aparecida Moysés vê na medicação uma forma de controlar as crianças: "Aqueles que têm comportamentos diferentes passam a ser contidos, nem que seja quimicamente", diz.
Segundo ela, os efeitos dos remédios nas crianças são, na verdade, reações adversas a eles: "A criança fica tranquila, quieta, presta atenção, mas isso é sinal de toxicidade da medicação e não um efeito terapêutico".
Para Rosário, da Unifesp, não é possível desprezar os fatores biológicos do transtorno, ainda que o ambiente exerça influência sobre o comportamento da criança.
Fonte: Uol Notícias

domingo, 19 de setembro de 2010

Trabalho ajuda no tratamento de pessoas com esquizofrenia, confirma estudo.

altO trabalho melhora de forma significativa o desempenho intelectual de pessoas com esquizofrenia, além de diminuir sintomas da doença, como apatia e isolamento. É o que mostra um estudo do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (IPq-USP).
"As pesquisas realizadas até agora mostravam que pacientes com melhor desempenho cognitivo tinham mais chances de ingressar no mercado profissional", aponta Wagner Gattaz, presidente do conselho do IPq e um dos autores do trabalho. "Comprovamos que a relação inversa também é verdadeira: como diz o ditado, "trabalho faz bem para a cabeça."
O estudo, publicado na revista científica Schizophrenia Research, reúne os resultados do Programa Reação, iniciativa do IPq que, de outubro de 2003 a abril de 2010, conseguiu inserir cerca de cem pacientes em estágios de reabilitação vocacional em São Paulo. Empresas parceiras acolhiam os estagiários sem nenhum ônus. O programa oferecia bolsa mensal de R$ 200 como ajuda de custo para os pacientes.
A ideia do programa surgiu quando Gattaz lecionava na Universidade Heildelberg, na Alemanha. Ele implantou uma ação semelhante em Mannheim, incorporada mais tarde pelo programa local de seguridade social.
A neuropsicóloga Danielle Soares Bio, que também assina o estudo, enumera o perfil dos participantes: pessoas que, em média, conviviam com a esquizofrenia por mais de oito anos e iniciaram o tratamento por volta dos 21 anos. Como pré-requisitos, elas deveriam apresentar boa adesão ao tratamento com os remédios prescritos pelo psiquiatra e quadro clínico estável durante os seis meses anteriores ao programa.
Não havia nenhuma obrigação das empresas parceiras de contratarem os estagiários. Mesmo assim, 42% foram efetivados. "O porcentual seria ainda maior se todos os pacientes contassem com o apoio da família", pondera Danielle, recordando que algumas famílias receavam abrir mão do seguro-desemprego.
Para Gattaz, o trabalho mostra o desejo dessas pessoas de reencontrarem seu lugar na sociedade. "Também sugere que parte da diminuição do rendimento cognitivo é fruto da inatividade, da baixa estimulação intelectual", afirma o pesquisador.
Marcelo (nome fictício) participou do Programa Reação. Depois de seis meses trabalhando em uma organização não governamental na região central de São Paulo, recebeu o convite para ingressar no quadro de funcionários. "Fiquei contente, pois gosto muito do ambiente daqui", diz ele. "A oportunidade ajudou no meu tratamento." Marcelo fala com orgulho do trabalho realizado em uma instituição que promove valores como o aprofundamento da democracia e a responsabilidade ecológica. "Agora, sinto-me útil", resume.
Os depoimentos de empresários também revelam satisfação com o programa. Danielle recorda que, antes e depois do estágio, o empregador também passa por um teste que estima o grau de compreensão e tolerância com transtornos mentais. "Empresas que atuam como parceiras já são instituições com boa consciência social", aponta. "Mesmo assim, com o programa, notamos que muitos receios e incertezas desaparecem."
Nos últimos meses do projeto, pessoas com outros transtornos mentais - como depressão e transtorno bipolar - também participaram do programa. Elas não foram consideradas no estudo publicado na Schizoprenia Research. O trabalho comparou 57 pacientes com esquizofrenia que ingressaram no estágio e um conjunto de 55 pessoas com o mesmo diagnóstico que estava na lista de espera. Gattaz confia na eficácia da estratégia para outros transtornos mentais.
Segundo dados do Ministério da Previdência Social, 13.478 pessoas receberam auxílios-doença por transtornos mentais e comportamentais no ano passado.

Números concernentes:

42 empresas participaram do projeto

42% dos estagiários do programa foram contratados
Fonte: Estadão